Diário de Bordo - Sérgio

 

25/09/2006

A madrugada foi de vento bem mais forte e cheguei a pensar em fazer um riso. Mas como o barco estava andando muito bem e eu estava com mais dois tripulantes a bordo, deixei-o seguir com todo o pano. Fizemos várias singraduras de mais de 7 nós e estávamos “voando baixo”. Amanheceu e começou a expectativa de ver Noronha. Eu estava de olho no horizonte procurando-a toda hora. Fizemos nosso café com a última torta que havíamos comprado, comendo-a no convés. Todas as refeições foram feitas lá, pois dentro do barco jogava muito e era difícil se locomover. Mais ou menos sete horas da manhã, vimos a silhueta do morro do Pico nitidamente! Que satisfação, estávamos chegando! A ilha foi crescendo lentamente, num dia de sol muito bonito, com um vento forte de través nos levando até ela! O Jonas e a Carol estavam sentados no lado do barco, quando veio uma onda grande, bateu no costado, subiu e deu um banho na Carol, de molhá-la completamente. Ela ficou com os cabelos escorrendo e todos rimos da “pontaria” da onda, principalmente o Jonas. Passados alguns minutos, outra onda inesperada fez o mesmo com o Jonas e a Carol juntos! Colocamos nossos calções e fomos para aquele lugar, esperando um banho para refrescar do sol. Só que as ondas não apareceram mais. Elas queriam nos molhar com roupa mesmo. A ilha foi ficando cada vez mais nítida e fiz a navegação para passar a ponta da Sapata e sua laje. Logo que passamos, descortinou-se o “lado de dentro” da ilha (lado protegido do vento) com as ilhas Dois Irmãos aparecendo. O vento sumiu por instantes e logo começou a descer do morro em rajadas. Com o Edu controlando a genoa, o Márcio a mestra e eu no leme, fomos usando as rajadas para chegarmos na linha de chegada. O Jonas e a Carol encontraram o barco que era uma ponta da linha e nos dirigimos para lá. Cruzamos as linha às 12:11:16 hs, com um tempo de 49 horas e pouco, tempo que eu achei excelente, comemorando muito a nossa chegada. Nos aproximamos do porto e lá vimos muitos barcos. Entrei entre eles e arrumamos um lugar para ancorar. Só haviam mais dois barcos do tamanho do nosso e muitos barcos grandes não haviam chegado! Fiquei entusiasmado, achando que poderíamos pegar premiação, mesmo com nosso rating absurdamente alto. Montamos o bote e logo o Edu desceu do barco para ir para uma pousada, pois não daria para dormirmos todos no Fandango. Jogamos uma segunda âncora para poder dormir tranqüilos, pois o vento estava muito forte. Fomos convidados pelos amigos do “Cavalo Marinho” para comer um peixe a bordo: um maravilhoso dourado de uns quinze quilos que pegaram na travessia! Havia umas quinze pessoas para comer apenas um pedaço do peixe, e deu para todos! Conversamos contando as histórias da regata, bebemos, comemos e logo chegava o Beduína. Demos um pulo até lá para dar boas vindas aos amigos e voltamos ao barco. Tomamos um ótimo banho de mar (não sem grande reclamação por parte do Jonas!) e às seis horas deitei para descansar um pouquinho. Não vi mais nada e dormi profundamente, satisfeito pela realização de um sonho. Já chegamos à Noronha, o lugar mais distante da nossa viagem!

 

26/09/2006

Acordei às seis e quarenta da manhã, completamente descansado. Logo todos estavam de pé e o Márcio fez um excelente omelete para o café da manhã. Descemos para o porto e esperamos os amigos, com os quais iríamos fazer um passeio pela ilha. Encontramos os amigos do Nativo no porto e todos nos davam os parabéns, por deixarmos muitos grandes para trás. Tomamos um coco, conversamos bastante e meio-dia estávamos pegando um ônibus para ir para a praia do Sancho, talvez a mais bonita do Brasil, com o Hugo, a Gislaine e a Talita, do Beduína. Descemos na estrada e pegamos uma carona numa caminhonete escolar. Paramos para tomar refrigerantes e logo chegavam o Rodrigo, a Márcia e as crianças, do Cavalo Marinho. Fomos até o mirante do Sancho e descemos a escadaria vertical dentro de um buraco nas pedras, até a praia. O Rodrigo teve de levar o Rafael nos ombros, mas conseguiu descer com ele. Curtimos muito a bela praia e contei para as crianças como senti falta deles quando estive nessa mesma praia em 2002. A água transparente, quente, cheia de peixinhos, entre lindos morros e com uma maravilhosa falésia atrás, compõe um cenário de sonhos. Encontramos várias pessoas conhecidas lá, entre eles o Denis e a Flávia do Bahia Náutica e o rapaz que conhecemos na regata Aratu-Maragogipe em Salvador, batemos muitas fotos, tomamos um delicioso banho de mar, as crianças fizeram castelos de areia e brincaram com os lagartinhos que existem no local. Mergulhamos e vimos vários peixes, entre eles pequenas arraias e muitos budiões muito gordos e grandes, além de muito mansos. No final da tarde retornamos por onde viemos e conseguimos uma carona até a estrada para as crianças. De lá, ficamos esperando o ônibus e tentando uma carona. Como o grupo era grande, era difícil. De repente, apareceu um caminhão e ele parou! Subimos todos na carroceria, junto com os funcionários de uma empresa local e lá fomos todos nós, nos divertindo com a aventura diferente. Paramos num supermercado onde pretendíamos comer pastéis, mas não havia. Comemos pães de queijo e fomos voltando a pé para o porto, não muito distante. O Jonas e a Carol tomaram banho de água doce, visitamos algumas lojinhas, encontramos o Márcio (que tinha ido investir em seu projeto de mudança para a ilha de Noronha arrumando uma “noiva”) e ficamos por ali, esperando uma premiação especial que haveria mais tarde. Encontramos também o Edu e batemos um papo sobre o que ele tinha visto da ilha. Ele nos presenteou com camisetas de Noronha que adoramos! Voltamos para o barco cansados e ainda levei a Carol para o Beduína, pois ela recebeu um convite para dormir lá. O Hugo e a Gislaine estavam desconsolados, pois o bote deles havia desaparecido. Os dois cabos que o amarravam haviam partido com os trancos constantes, pois ele era muito pesado, e lá se foi ele para algum lugar no Atlântico. Provavelmente irá chegar no Caribe antes que eles. Duro é ver um prejuízo que não esperavam, mas a vida é assim mesmo, no mar ou em terra. Conversei bastante com eles, falamos de nós e de nossas restrições financeiras, mas também falamos da felicidade de estar aqui onde estamos, cumprindo nosso sonho. Voltei ao barco com muitos respingos, troquei o cabo de amarração de nosso bote (que estava muito puído também!) e fui dormir escutando o vento batendo nos estais.

 

27/09/2006

Acordei e logo fui para a água. Fui verificar as âncoras e vi que as duas estavam presas na ponta de uma laje. Voltando para o barco, dei de cara com uma pequena tartaruga. Mergulhei com ela um pouco e saí da água. A visibilidade estava em torno de 8 metros, mesmo com o vento mexendo o mar! O Rodrigo passou com um dingue do barco “Tess”, velejando com o Nick. Pararam no Fandango, ele conheceu o barco, conversamos um pouco e o Jonas quis ir com eles velejar. Tomamos o café e descemos para terra. Logo pegamos um ônibus e fomos para a praia do Sueste. Que praia maravilhosa e de fácil acesso! Fica difícil decidir qual é a melhor, entre ela e o Sancho. Tomamos cervejas e refrigerantes num barzinho e ficamos dentro da água, que estava bem quente, um bom tempo. As crianças ficaram brincando na praia fazendo castelos de areia e nós conseguimos relaxar bastante, com o sol, a maravilhosa vista e a deliciosa praia. Ficamos lá até o final da tarde, quando voltamos para a Vila dos Remédios e almo-jantamos num restaurante por quilo. Eu, o Kahn (do veleiro “Tess”) e o Márcio fomos fazer a inscrição para a regata Noronha-Natal. Depois fomos encontrar com o resto do pessoal no maravilhoso forte da Vila dos Remédios. Perdemos o pôr-do-sol, pois havia nuvens, mas ganhamos o maravilhoso e inesquecível visual do forte: entre as ruínas, ver o céu avermelhado a oeste e os cerca de cem veleiros ancorados na baia ao lado do forte! No forte, encontramos o Marco Yamin, fotógrafo e conhecido nosso de Ilhabela. Conversamos um pouco e mandamos abraços para os amigos. Retornamos para o porto de táxi (é quase o mesmo preço do ônibus para nós, que estamos em 4 pessoas) e chegamos um pouco antes do jantar de premiação. A festa foi bonita e barulhenta (tirando um “locutor” horrível, pior que o da Globo!). Encontramos muitos amigos, conhecemos muita gente e comemoramos junto aos amigos que ganharam prêmios. Retornamos ao barco cansados e ainda fui levar a Carol no Beduína. Para essa operação, visto o vento forte soprando e empurrando para o Caribe, fizemos comunicação por rádio para monitorar minha saída e chegada no Beduína e no Fandango. Adoraria poder fazer essa travessia, mas não de bote!

 

28/09/2006

Acordamos com a Márcia chamando no rádio com a frase mágica: “- Golfinhos ao lado do barco”! Fomos todos para fora e vimos um grande bando de golfinhos entre o Fandango, o Tess e o Cavalo Marinho. Peguei rapidamente a máscara da Carol, que havia ido dormir no Beduína, e comecei a remar até ela. Logo apareceu um bote a motor e passou bem no meio dos golfinhos, espantando-os! Todos ficamos chateados e a Carol não os viu dentro da água novamente. Voltamos para os barcos e tomamos café rapidamente para podermos ir passear. Descemos em terra na sempre molhada travessia barco-porto e pegamos um ônibus para a Praia do Sueste, com o plano de ir até a praia do Atalaia. Chegando lá, tivemos uma série de “problemas” para isso. Primeiro o fiscal do Ibama, chamado Macedo, que permite só a passagem de 100 pessoas por dia, desaconselhou a “longa” caminhada de um quilômetro e meio para lá e nos mandou entrar a pé no final de uma fila de buggy’s vazios sob o sol se quiséssemos ir, mas ele não queria colocar nosso nome na lista limitada a cem pessoas. A lista estava quase vazia, mas ele disse que os buggy’s vazios estavam na frente e que poderíamos ficar de pé no sol mais de duas horas e acabar não indo. Começamos a conversar com algumas pessoas no local e descobrimos a “mutreta”: os buggueiros chegam com os buggy´s cedo e “reservam” vagas na fila, para depois ficarem vendendo para os que chegam e querem ir na praia do Atalaia. Tudo isso com a conivência do fiscal do Ibama, que não inibe essa atitude e ainda a auxilia, não preenchendo a lista de espera com as pessoas que estão chegando! Ficamos com raiva e desistimos de ir. Isso ainda vai acabar com Noronha e mostra bem o que é a “reserva de mercado” que o sr. Ibama causou com certas proibições. São vários os lugares por onde passamos e que escutamos falar onde o Ibama criou não uma reserva biológica, mas um “mercado” de turismo, movido apenas a dinheiro. E dizer que eu já fui a favor de Alcatrazes deixar de ser da Marinha! Por todos os lugares que passamos, as áreas sob cuidados da Marinha estavam muito melhor cuidadas dos que as os parques estaduais e federais, sem especulações imobiliárias e sem as “ene” empresas “autorizadas” a fazer os passeios e cobrando o que querem por ter a reserva de mercado. Escutamos muitos velejadores estrangeiros falando que não iam a Noronha, pois era muito caro e tudo era proibido. Entendemos o que eles queriam dizer na prática, infelizmente. Fica meu alerta, o nome do fiscal e o aviso para que as pessoas não se decepcionem quando forem para Noronha. Bem, “absorvido e remoido” o problema, ficamos na praia do Sueste mesmo, onde encontramos o Edu. Conversamos bastante enquanto as crianças brincavam. Após a deliciosa praia, retornamos ao porto para despedir-nos dos amigos do Cavalo Marinho e Beduína. Enquanto o Rodrigo, o Hugo e a Gislaine faziam mercado, passeamos com a Talita até o Buraco da Raquel, Forte de Sto. Antonio e igrejinha. Lugares lindos e próximos ao porto, com vistas maravilhosas. Quando os amigos voltaram do mercado, foi a hora da despedida. A Carol e a Talita se abraçaram e deixaram algumas lágrimas no solo de Noronha. Provavelmente, ainda nos veremos em Cabedelo ou Natal, mas já ficamos tristes pelo fim dos ótimos dias que passamos juntos. Depois, fomos para o Mirante do Boldró ver a largada da regata Noronha-Cabedelo, onde os amigos iam partir. O mirante é lindíssimo! Ficamos bem em cima da linha de partida e curtimos a largada, um pouco atrasada, mas que gerou uma bela e inesquecível paisagem dos veleiros saindo de Noronha no contra luz do final do dia. Chegamos atrasados para a reunião de comandantes da Noronha-Natal, mas o Márcio havia chegado na hora e pegou todas as informações. O pessoal de Natal é muito simpático e nos acolheram muito bem. Houve um coquetel muito gostoso e no final dele fomos passear na vila dos Remédios. Tomamos um sorvete e acessamos internet. Retornamos ao porto e pegamos o nosso bote, mas o motor parou no meio do caminho! Eu havia esquecido de abrir a gasolina e rapidamente resolvemos o problema. Chegamos no barco e fomos descansar, já saudosos dos amigos.

 

29/09/2006

Acordamos bem cedo e às oito estávamos em terra para pegar um buggy para conhecer melhor Noronha. Logo saímos em direção às Praia do Sueste. Chegando lá, fomos até a ponta das Caracas, onde havia um visual belíssimo: um costão íngreme, com lajes e ondas estourando bem na frente e vários pássaros marinhos sobrevoando o lugar. Depois seguimos para um forte próximo, de onde avistávamos a praia de Sueste toda. Fomos na praia do Leão, que fotografamos muito, onde há desovas de tartarugas marinhas em algumas épocas e onde conhecemos o simpático pessoal do veleiro Bravo de Ubatuba. De lá seguimos para a Cacimba do Padre, onde comemos alguns pastéis. O mar estava bem grosso e o guarda-vidas recomendou que não entrássemos na água. Andamos até o lado dos “Dois Irmãos” e depois seguimos para o Boldró. Conhecemos praticamente todas as praias do lado protegido da ilha e depois fomos até a praia do Cachorro, onde conseguimos tomar um banho de mar e uma ótimo banho de ducha. Estivemos numa bela árvore de raízes aéreas ao lado da praia do Cachorro, onde tiramos muitas fotos. Almo-jantamos no Flamboiant e aproveitamos para comprar algumas coisas no mercado. O pneu furou e coincidentemente encontramos o dono do buggy no posto de gasolina. Ele nos ajudou a trocar o pneu e voltamos a rodar, indo até o porto e a outra ponta da ilha. Tiramos muitas fotos e retornamos à Vila dos Remédios, quando finalmente conseguimos ver um grande pôr-do-sol no Forte dos Remédios. Fotografamos muito e aproveitamos demais o final do dia. Ainda tomamos um café, sorvete, acessamos internet e voltamos ao Fandango cansados. Amanhã teremos que acordar cedo, mas foi muito proveitoso nosso último dia em Noronha, conhecendo todos os seus cantinhos. Já estamos com saudades da ilha. Infelizmente não poderemos seguir para o Atol das Rocas, como eram nossos planos originais, pois só veleiros com a classificação de oceânicos podem ir para lá.

 

30/09/2006

Acordamos cedo para a partida de Noronha (chuiff!). Íamos deixar o lugar de menor latitude, talvez o mais belo e mais distante da nossa viagem. Arrumamos tudo e fomos tentar soltar as âncoras, que estavam presas na laje. Soltamos uma âncora com uma defensa presa no cabo, soltamos bem o cabo da outra, avançamos no sentido contrário do cabo e demos um tranco nela para o outro lado. Ela soltou facilmente e foi levantada. Voltamos, pegamos a defensa que prendia o outro cabo e repetimos o processo, dando um tranco para o outro lado. Soltou também! Fomos para a linha de largada e ficamos esperando os barcos para a largada. Logo foi dada a partida e largamos muito bem, às oito e quinze do horário. Enquanto deixávamos a fantástica Noronha, cruzando sua costa de sotavento, pegamos muitas rajadas, mas andávamos muito bem com o mar liso. Ao deixar a proteção da ilha, o mar levantou um pouco, o vento firmou e entrou de través. Seguimos com vento de través e ondas também, que faziam o barco quase atravessar muitas vezes. Estávamos com todo o pano, mas após uma três horas de navegação, resolvemos fazer o segundo rizo na mestra. O barco se tornou imediatamente dócil, mas o rizo foi difícil de fazer, parecendo estar enroscado e continuamos a navegação. Colocamos o piloto automático, entrei para descansar um pouco e, após algum tempo, em cinco minutos, pifou uma série de coisas: o piloto automático apitou e parou de funcionar, o GPS do Márcio caiu e parou de funcionar e, de repente, quebrou manilha do estai de popa. Baixei a mestra rapidamente, troquei a manilha, subi a vela e descobri que o enrosco do rizo foi porque o cabo da “bicha” da vela (o nome do cabo é esse mesmo, gente!) entrou junto com o cabo do rizo travando-o um pouco. Liguei meu GPS, testamos o “Alfredo” novamente e tudo voltou a funcionar de boa forma. Após algumas horas de navegação, desligamos o “Alfredo”, pois não levava muito bem o barco com ondas de través e também porque estava delicioso levar o leme do barco com aquele vento. A noite chegou, fizemos um miojo e ficamos nos revezando nos turnos, com o vento sempre constante.Víamos as luzes dos outros barcos próximas a nós e uma meia-lua começou a nos acompanhar. Novamente se repetiu o fenômeno das grandes fosforescências no mar.

 

01/10/2006

Fui premiado com um lindo nascer do sol: nuvens flocadas sobre nós ficaram totalmente rosadas com o sol que nascia iluminando-as. Queria pegar a máquina fotográfica, mas todos dormiam e eu estava no leme. Fiquei curtindo o visual meio torto, pois ele acontecia às minhas costas. Estávamos andando quase juntos a dois barcos: um era o “Delícia” e outro era desconhecido. Continuamos nos revezando nos turnos e tomamos um café da manhã feito pelo Márcio. Fomos nos aproximando de Natal e o “Delícia” nos passou. Escutávamos no rádio que alguns barcos já estavam próximos de Natal e fomos nos aproximando, com bom vento e condições idênticas à nossa saída de Noronha. Quando nos aproximamos de Natal, soltei a carta na mão do Jonas e da Carol e eles fizeram a aproximação e navegação de entrada no canal. Entramos pelo canal bem balizado e de fácil entrada, passamos por uma grande ponte em construção e chegamos eram quase três horas da tarde. Após trinta e uma horas de navegação, cumprimos as duzentas milhas que nos separavam de Noronha e cruzamos a linha de chegada, bem ao lado do lindo Iate Clube de Natal numa grande velejada. Cumprimentamo-nos e fiquei muito, muito feliz com a chegada! Um barco do clube nos levou até uma poita, soltamos uma âncora também (aqui se solta a âncora mesmo estando na poita), arrumamos algumas coisas rapidamente e descemos para o clube. Antonio, um velejador que tem acompanhado nossa viagem na internet, já nos esperava para nos conhecer e dar boas vindas. Logo o diretor de vela do clube nos recebeu e mandou trazer água de coco e caipirinhas! Conversamos um pouco e corremos para uma escola próxima para justificar nosso voto. Foi fácil e rápido. Voltamos e ficamos conversando com Antonio e amigos dele, quase todos gaúchos Antonio é gaúcho, está morando em Natal e tem uma pousada na Ponta Negra. Ele, muito gentil, falou que está com um chalé reservado para nós e nos convidou para ficar lá alguns dias, convite que pretendemos aceitar. Resolvemos jantar no clube e ficamos conversando com os outros velejadores. Comemos filé a parmeggiana e carne de sol com macaxeira. Cedo bateu o sono e o cansaço. Fomos para o barco e rapidamente apaguei, com a alegria de ter chegado no “ponto extremo” de nossa proposta de viagem: a linda e quente Natal!

 

02/10/2006

Acordamos bem cedo, mas dormi cerca de doze horas! Fizemos um café a base de panquecas e começamos a arrumação do barco por dentro. Pegamos as roupas para lavar, inflamos bote e descemos. Conhecemos um pouco mais da bela estrutura do clube, com certeza um dos melhores, mais bem preparados para velejadores e mais receptivos da viagem. Deixamos a roupa com a Dna. Zuleide, simpática funcionária do clube, cuja filha lava roupa para os velejadores. Aproveitamos a cortesia do clube, que liberou uma van para o transporte do pessoal da regata e fomos para o shopping center. Almoçamos lá, onde comemos muitos camarões. O camarão é bem barato por aqui e faz parte do cardápio de quase todos restaurantes por quilo da região. Fizemos algumas compras, passeamos bastante, fomos no supermercado para comprar alguns matinais e voltamos ao clube na mesma van. O dono da van, Rogério, também gaúcho, é velejador e acabamos marcando com ele um passeio para quarta-feira até o litoral sul de Natal. Tomamos nosso banho e fomos trabalhar no site e nos diários bem atrasados, em função das regatas e passeios em Noronha.

 

03/10/2006

Acordamos tarde e tomamos nosso café. Ficamos “bundando” o dia inteiro na piscina do clube, conversando com vários velejadores e  conhecemos o Marco do Sadalsuud, fantástico barco de bandeira portuguesa que está no Iate Clube de Natal. O barco dele é um barco idêntico ao Suahili, do Robin-Knox Johnston, que fez a primeira circunavegação solitária sem escalas. Almoçamos no clube e tentamos fazer uma visita ao forte no final da tarde. Fomos andando e chegamos lá eram 16:25 hs, mas o forte havia fechado às 16:20 hs. Mesmo assim valeu o passeio e na volta cortamos caminho pela praia, pois a maré estava baixa. Chegando no clube, pegamos nossa roupa lavada (e muito bem lavada!) com a Dna. Zuleide. Conhecemos o Nelson e Lucia do veleiro Avoante, que tem uma estória interessante: num aeroporto, esperando uma escala, o Nelson comprou um livro da primeira viagem da família Schurmann, leu rapidamente, achou muito interessante a vida no mar e o casal resolveu mudar de vida. Hoje moram a bordo do Avoante. Falamos bastante de conhecidos, principalmente de Camamu, pois o Nelson administrou o Sítio Sabiá do Juvêncio por um tempo. Fomos dormir cedo para passear amanhã.

 

04/10/2006

Levantamos às seis para fazer um passeio de van à região sul de Natal. Após um excelente café da manhã, descemos em terra e o Rogério nos esperava. Logo chegaram também os amigos do Tess e pudemos sair. Andamos pela parte antiga da cidade e a primeira parada foi num Banespa (que eu não esperava encontrar por aqui!). Fomos seguindo para a região sul e passamos pela praia de Ponta Negra. As praias iam se descortinando, uma mais bonita que a outra. Fomos até o “maior cajueiro do mundo”, um grande cajueiro de 115 anos que ocupa uma área de mais de sete mil metros quadrados, um ponto turístico da cidade. Ao lado dele tomamos sucos naturais de frutas nordestinas e uma deliciosa água de coco. Seguimos para a bonita praia do Pirangi, típica praia nordestina, com o vento soprando sem parar, um recife de corais protegendo a praia, com o acréscimo da bela vista das dunas ao longe. As praias de Natal são belíssimas e atualmente os imóveis estão muito caros. O Márcio me contou que antigamente os imóveis eram muito baratos na região e o Rogério complementou explicando que com o turismo, muitos estrangeiros vieram para o Brasil e compraram imóveis no local. As crianças brincaram bastante na praia com as crianças do Tess, Jeff e Rilley, e então resolvemos seguir para uma lagoa. No caminho paramos num mirante para ver golfinhos. Eles não apareceram, mas pudemos ver uma enseada fantasticamente bela, com falésias, dunas e uma ponta de recifes, protegida do vento. Seguimos então para a lagoa do Arituba e conhecemos outro lado da bela Natal: lagoas de água doce com água cristalina localizadas no meio das dunas! O lugar é um paraíso! A lagoa refletia o sol começava a baixar e logo estávamos dentro da água doce e fresca. Na margem, uma linda praia e, mais em cima, vários barzinhos. Após um bom tempo dentro da água, fomos tomar uma cerveja e comer pastéis num dos barzinhos. Havia ainda pedalinhos, caiaques e tirolesas, mas as crianças estavam brincando tão bem juntas que não quiseram fazer mais nada. Ficamos até o final da tarde curtindo a deliciosa praia de água doce sem ondas. No retorno, paramos numa lojinha de artesanato onde várias senhoras estavam fazendo “rendas de bilro” e vimos a habilidade delas, tão cantada, ao vivo! É impressionante! Fiquei com vontade de comprar várias coisas, de tão bonitas, mas o caixa de bordo, apesar das coisas não serem caras, permitiu apenas a compra de alguns porta-copos. Na volta, paramos num correio para tentar resolver o problema de uma encomenda que havia sido remetida para a Ângela, mas “batemos” na falta de vontade de funcionários públicos e não conseguimos resolver. Chegamos no clube, fomos ao barco pegar roupas para tomar um banho e na volta tivemos que enfrentar uma forte correnteza. Com o motor do bote a toda, quase não andávamos para frente! Conseguimos chegar bem e, após o banho, fizemos o jantar no clube, com um delicioso bife a parmegiana, que aqui é servido com macarrão, e carne de sol com macaxeira e feijão verde. Ficamos conversando um pouco com o Nelson e a Lúcia, do Avoante, e fui buscar o “Jarbas”, nosso outro piloto automático, para o Rogério, que mexe com eletrônica, dar uma olhada. Retornando ao barco, dormimos imediatamente.

 

05/10/2006

Acordei eram sete horas e logo fizemos o café da manhã. Pensávamos em ir a Genipabu hoje, mas mudei os planos e preferi colocar em ordem os diários. Fomos para o clube com computador, diários e nos pusemos a trabalhar. O Marco estava por lá e nos convidou para conhecer o fantástico SadalSuud, fabricado pelo histórico estaleiro “Colin Archer”. O barco é maravilhoso, está como novo e tem a robustez dos anos 60 com a tecnologia do ano 2000. A Margarida, esposa do Marco, ficou mostrando para as crianças fotos dos lugares por onde passaram e logo voltamos ao trabalho. Ficamos praticamente toda tarde trabalhando. Fomos para o centro no final da tarde, onde jantamos num restaurante simples e também comemos deliciosas tapiocas. Comprei cartões telefônicos que eu precisava e retornamos ao clube de táxi. No retorno, ficamos sabendo dos absurdos da nossa “política”: Collor se elegeu senador por Alagoas, Maluf deputado federal por São Paulo e Genoíno também. Pobre país, que elege reconhecidos políticos corruptos e corruptores para comandá-lo! O Ladis diz: “Todo país tem o governo que merece”. Eu acho que não merecemos, mas fico impressionado de estarmos escolhendo-os. Pegamos nossas coisas e continuamos a trabalhar. O Marco e a Margarida vieram tomar uma cerveja conosco e ficamos conversando até tarde.

 

06/10/2006

Acordei muito cedo para podermos ir visitar o estaleiro do Zeca. Quando olhei para a popa do Fandango, tive uma surpresa: um bote estava atrás do nosso bote. A princípio, achei que um bote havia escapado de algum barco e o cabo havia se enroscado no nosso motor. Quando olhei bem, vi um lais de guia (nó de uso náutico) prendendo o bote ao motor. Imaginei que algum pescador achou o bote flutuando, viu que era importado e, como não tinha nome escrito, amarrou ao primeiro barco do Iate Clube de Natal que achou. “- Puxa!”, pensei “- Que pescadores honestos!”. Começamos a procurar os barcos conhecidos que estavam sem bote na popa e logo vimos o catamarã do italiano solitário, que estava ao nosso lado, sem o bote. Tomamos nosso café sossegadamente e depois nos preparamos para ir em terra. A correnteza estava muito forte, então liguei para o Zeca, que deu a dica de rumar para a margem e ir bem encostado. O Márcio reparou que havia algo parecido com um saco de vela no fundo do bote. Começamos a puxar o bote para levá-lo ao barco do italiano quando, do fundo do bote, emergiu o rosto do italiano com cara de sono!!! Ele estava dormindo no bote! Explicou-nos que, quando tentava retornar ao barco dele, a fortíssima correnteza o arrastou e então ele se agarrou ao nosso bote. Na manobra, o remo escapou e foi embora com a correnteza. Em vez de nos chamar, para não nos acordar, ele se amarrou ao motor do nosso bote e foi dormir embaixo do saco de vela! Cada uma que acontece! Foi surpreendente e engraçadíssimo ver o jovem italiano com o comprido cabelo cheio de “tererês” emergindo do fundo do bote! Levei ao barco dele, para onde ele entrou imediatamente, pois acho que a noitada havia sido muito cheia. Levei o Márcio com as malas para a praia ao lado do clube e depois voltei para pegar as crianças. Conseguimos chegar sem muito atraso e logo pegamos a balsa para conhecer o estaleiro. Atravessamos o rio Pirangi e logo chegamos na outra margem. Andamos um pouco e chegamos ao estaleiro. Lá havia um belíssimo e bem acabado catamarã de 42 pés em construção. Faltando pouquíssimo para acabar, ele estava muito bonito. Subimos no barco e nos surpreendemos com o espaço interno. Demos os parabéns para o Zeca pela obra e retornamos ao clube. Tomamos uma água de coco e então eu fui conhecer o “Delícia”, antigo barco do Zeca. Gostei muito do projeto e do espaço interno desse 38 pés. Lá também conheci o Zig, amigo do Eduardo Meurer da escuna Don Silvano, e sobre quem eu já havia lido no livro “Segredos Submersos do Atlântico” do Edu. Ficamos conversando na piscina com o Marco e a Margarida sobre nossos paises e depois resolvemos conhecer o Forte Reis Magos, que nos frustou outro dia. Fomos andando e conseguimos entrar no belíssimo forte. Fora alguns corrimões de tubos de aço inox que foram colocados lá, ele está muito bem restaurado. Contaram-nos sobre diversas proteções do forte, vimos a parede de fuzilamento, contaram-nos terríveis castigos praticados contra os prisioneiros (repetição das histórias da Fortaleza de Santa Cruz da Barra), visitamos o belo corredor superior com uma vista de fazer inveja e ainda tomamos um lanche lá dentro. Foi um prato cheio para fotografias! Logo retornamos ao clube, mas antes, paramos para fazer algumas compras em um mercadinho, onde os preços me pareceram menores que no Extra. No clube, peguei nossa mestra arrumada com o Zeca, tomamos um banho de piscina e fui para a exaltada reunião de comandantes para as regatas do final de semana. Após a reunião, jantamos no clube o costumeiro filé a parmegiana com macarrão e fomos para o barco, aproveitando a forte correnteza que fez o italiano dormir no bote na noite anterior. Aproveitamos e fomos fazer nossos diários para dormimos cedo, pois amanhã tem regatas!

 

07/10/2006

Logo que acordei já comecei a montar a mestra com o Márcio, enquanto as crianças lavavam a louça. Tomamos nosso café e ficamos aguardando o Rogério, nosso convidado para correr as regatas, que chegou logo. Com tudo arrumado para não cair, deixamos nosso bote amarrado à poita e à âncora e saímos no motor. O vento estava forte e com rajadas. Saindo da barra, as ondas estavam altas e quebrando na crista. Não era uma situação nada confortável para correr regatas e logo resolvemos fazer o segundo rizo na mestra. Treinamos um pouco antes de largar e percebi que estava muito difícil caçar a genoa, o que dificultava as manobras. Enrolei um pouco a vela e fomos para a linha de largada. Manobramos para largar de vela esquerda junto da juria, o que nos colocaria em vantagem na regata. Com o vento forte e as ondas, acabamos chegando atrasados na juria e vários barcos largaram de vela direita descendo o vento e cambando em cima da juria. Acabamos largando bem atrás, mas bem altos em relação à bóia. Dessa forma, demos um bordo e aos poucos fomos passando todos os barcos que estavam abaixo de nós. Mais alguns bordos e montamos a primeira bóia em primeiro lugar. Seguimos para a segunda bóia sem perder terreno para os outros barcos, mesmo sendo o barco com menos área vélica colocada. Ao montarmos a segunda bóia, abrimos a genoa toda e estávamos bem na frente dos outros. Aí aconteceu um problema de navegação: o waypoint colocado no GPS da terceira bóia estava errado e arribamos muito. Quando percebemos o erro, tivemos que orçar até a primeira bóia novamente e fomos passados pelo Super-Bebê e pelo Jazz II. Na bóia, fizemos uma linda ultrapassagem do Jazz II, por dentro, e fomos para cima do Super-Bebê. Ele deu um bordo e passamos a um metro da popa dele. Seguimos um pouco e demos um bordo muito favorável. Olhei para o lado e vi o Super-Bebê um pouquinho só a nossa frente, mas bem abaixo de nós. Dessa forma, já o havíamos ultrapassado e estávamos em primeiro novamente. Só que aí aconteceu o inesperado: a vela mestra descosturou em outro lugar, desde a testa até a valuma. Numa regata, com mais duas pernas de contravento forte, não tínhamos mais nada a fazer, a não ser desistir. O que eu achei que havia sido uma falha na recostura de um painel da vela, da recostura total que foi feita no final do ano passado, foi na verdade uma recostura feita com linha de terceira qualidade, sem protetor ultravioleta. Voltamos ao clube comendo pastéis e tomando coca-cola que o Rogério havia trazido, sem nos abater muito, pois havia sido muito divertido enquanto durou e o Fandango mostrou como anda bem com muito vento. Quem gostou da desistência foi a Carol, que ficou um pouco mareada com as condições do mar e deu “Graças a Deus” quando escutou a frase: “- Vamos desistir”. No clube, soubemos que foi uma regata acidentada (coisa normal quando há muito vento). Nós descosturamos a mestra, um supercat 17 quebrou leme, traveller e estai, houve um choque entre o Tutancamon e o Super-Bebê e um tripulante do musa caiu e talvez tenha trincado o braço, tendo ido parar no hospital. A segunda regata que estava programada não aconteceu por falta de barcos em condições de competir e todos voltaram ao clube. Tiramos a mestra e pedi para o Zeca recosturá-la toda (coisa que sei ser demorada e provavelmente não poderemos correr amanhã). Muitas estórias foram contadas no clube e a regata, mesmo com problemas, foi o assunto de todos até a noite. Comemos uma gostosa feijoada no clube, as crianças brincaram muito com outras crianças que estavam na piscina e ficamos até a noite ali. Despedimo-nos do Marco e da Margarida, do barco português, pois eles irão fazer um passeio até a Amazônia e nós provavelmente não estaremos mais aqui quando voltarem. Retornamos ao Fandas e, assim que deitei, apaguei imediatamente.

 

08/10/2006

Em Natal, nesta época, amanhece às cinco horas da manhã. Como deixamos o barco sempre aberto para ventilar, normalmente acordamos cedo. Tomamos o café e ficamos esperando o Zeca, para ver se ele havia consertado nossa mestra. Telefonei-lhe e ele me disse que não deu tempo. Infelizmente, não iríamos poder correr a regata do dia. Fizemos nossas atividades no barco e descemos em terra. Ficamos no clube conversando e as crianças brincando com várias outras crianças que estavam no clube, pela regata e por ser domingo. Perto do meio-dia, já preparavam o barril de chopp e o churrasco de comemoração da regata. Era uma hora da tarde quando chegaram os barcos e logo começou a ser servido o churrasco e o chopp. O Antonio e sua esposa estavam no clube e ficamos conversando com eles a tarde inteira. Contaram-nos sua história de vida, a mudança para Natal e como estão adaptados à cidade. Às três da tarde começou a premiação, numa tarde linda. Nós ganhamos o primeiro lugar na travessia Noronha-Natal e ficamos em terceiro na etapa do XV Circuito Norte-Rio-Grandense de Vela. Foi uma festa bonita e o grande responsável por ela foi o Érico. O Comandante Conte, do Navio Patrulha Grajaú, nos deu um boné do navio de presente. Aproveitei a ocasião e conheci o Capitão-dos-Portos, que havia sido convidado para a festa. Ficamos até anoitecer batendo papo com os amigos, entre eles o Nelson e a Lúcia do Avoante e os amigos canadenses do Tess. No final da tarde, chegou uma lancha de pesca esportiva cheia de dourados e cavalas. O Érico pegou um dourado e mandou cortar em fatias. Fui no barco e peguei o shoyo. Comemos, então, um delicioso sashimi de dourado fresquinho, usando limão para “apimentar” um pouco o gosto. As crianças “detonaram” o peixe e foi preciso fazer uma segunda bandeja. Tomamos um delicioso banho e fomos para o barco, ajudados pela correnteza. Nessas horas, o duro é frear o bote! Conversamos um pouco, o Jonas começou a ler o livro “No Coração do Mar” e acabamos dormindo cedo.

 

09/10/2006

Estava tudo nublado e chovia quando acordamos. Tínhamos programado ir para Genipabu, mas achamos que não valia a pena ir com aquele tempo. Fizemos nossas atividades no barco e descemos em terra. Como o tempo havia melhorado, pegamos a balsa para Redinha e fomos conhecer o lugar. A praia tem um lindo visual das dunas. Havia muita gente no local e, pelo jeito, segunda-feira é a folga do pessoal da região. Resolvemos experimentar um prato local: tapioca com ginga. Eles fazem o beiju de tapioca com manteiga e trazem uma porção de ginga frita, que é um pequeno peixe que parece nossa manjubinha. Estava muito oleoso e as crianças não gostaram muito. Fomos passear numa passarela no grande molhe que protege o porto. O lugar é muito belo e de lá vemos as dunas de Genipabu, o forte e o rio Potengi. Retornamos para a balsa, atravessamos e fomos para o shopping center de ônibus. Jantamos lá, num dos bons restaurantes por quilo do lugar. Fomos numa lan-house, no banco e fizemos Mercado. Retornamos para o clube já era tarde. Fiquei trabalhando até as duas da manhã no artigo da revista Ilhabela.